ato DHBF 4.jpg

13 de dezembro 

Contra a lentidão das investigações

Fórum Grita Baixada e movimentos populares realizam ato de protesto na sede da DHB

Manifestação aconteceu nessa terça (12/12) para cobrar da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) rapidez nas investigações da morte de Rodrigo do Carmo Raposo Tavares, assassinado brutalmente.  

 

Representantes do Fórum Grita Baixada, Centro de Direitos Humanos da Diocese de Nova Iguaçu, Mães de Manguinhos, Mães e Familiares Vítimas da Violência de Estado, Rede de Comunidades e Movimento Contra a Violência, Fórum Social de Manguinhos, Frente Estadual pelo Desencarceramento e Campanha Caveirão Não - Pelas Vidas da Favela e contra as Operações fizeram um protesto contra a lentidão nas investigações da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) sobre a morte brutal de Rodrigo do Carmo Raposo Tavares, em outubro de 2015.  

 

Por volta das 9 da manhã, o grupo já se concentrava nas imediações da DHBF perto da estação de trem de Belford Roxo. Através de um autofalante, vários integrantes lançaram mensagens para que as autoridades se empenhassem com igual eficácia, como ocorre nas investigações relacionadas com o assassinato de policiais militares, ao tentar solucionar as mortes de jovens negros, pobres e moradores de comunidades.

 

Logo após, o grupo rumou para a sede da Delegacia de Homicídios para tentar pedir explicações para tal morosidade ao delegado titular, Ginilton Lages que, em julho desse ano, chegou a comemorar o fato de que a Baixada Fluminense teria ficado 48 horas sem registros de assassinatos. Mas estava em outra atividade. Somente quando o ato se deu por encerrado e a maioria das pessoas já havia dispersado, é que um inspetor, às pressas, correu atrás do restante dos manifestantes presentes nas cercanias da delegacia para informar que, após a conclusão de uma operação, um delegado adjunto retornaria à sede da DHBF e assim poderia receber o grupo. 

 

 

ENTENDA O CASO - Rodrigo Tavares morava no bairro de Santa Eugênia em Nova Iguaçu. Tinha apenas 19 anos quando foi assassinado na porta de sua casa em outubro de 2015. Jovem, servidor do exército brasileiro, uma semana antes do fato, Rodrigo foi intimidado por uma pessoa moradora da mesma região que a sua, porém numa praça do bairro vizinho, tentando persuadi-lo a fazer pequenos roubos na região. Na negativa de atender aos interesses do intimidador, estranhamente Rodrigo foi executado na porta de sua casa dias depois.

 

O inquérito de número 861-01429/2015 está parado desde então, nem sequer se tornou um processo judicial ainda. Mesmo com ofícios de instituições respeitadas pelo Judiciário brasileiro como Comissão de Direitos Humanos da OAB – Nova Iguaçu e Assessoria de Direitos Humanos e de Minorias do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro cobrando por esclarecimentos sobre o caso, a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense ainda não emitiu nenhum tipo de retorno aos órgãos.

 

O Centro de Direitos Humanos de Nova Iguaçu vem apoiando a luta através do projeto de Litigância Estratégica “Um Brasil dentro do Brasil pede socorro” com o fomento da Rede de Advogados Ativistas da Baixada Fluminense e a potencialização da rede de mães e familiares vítimas de violência do Estado.

ATO DHBF 6.jpg