16 de novembro

Mais uma Diocese da Baixada Fluminense se junta à discussão sobre violência e drogas

Conversamos com Frei Toni, da Diocese de Duque de Caxias e São João de Meriti, que sediará nesse sábado (18/11), a partir das 13h, o Seminário Política De Drogas e Violência: um debate necessário. Iniciativa é da Diocese de Duque de Caxias e conta com o apoio do Centro de Direitos Humanos de Nova Iguaçu e do Fórum Grita Baixada.

 

A Diocese de Duque de Caxias também fará, na Igreja Santo Antônio, centro da cidade, um importante debate sobre drogas e violência, com a presença de estudiosos sobre os temas, e que traz, dentre outros questões, a perspectiva da legalização/descriminalização das mesmas.  Uma iniciativa considerada corajosa e inovadora pela Igreja Católica da Baixada Fluminense.


Conversamos com Frei Toni, que promoveu a articulação do evento após assistir o primeiro seminário, promovido pelo Centro de Direitos Humanos de Nova Iguaçu e Fórum Grita Baixada. ocorrido em outubro passado na Diocese de Nova Iguaçu,

 

Por que discutir políticas de drogas agora? Essa iniciativa seria uma espécie de prólogo em relação ao que será a Campanha de Fraternidade de 2018, que terá como tema a superação da violência?

O problema das drogas, do tráfico e a violência a isso associada é gravíssimo e afeta toda a sociedade. Não se vê perspectivas de saída. Está claro que a atual política de drogas é um fracasso: tantos jovens sendo assassinados, sobretudo negros, policiais sendo mortos, cadeias que são escola do crime superlotadas. Precisamos conversar. E, sem dúvida, este debate já motiva para a urgência do tema da Campanha da Fraternidade 2018.

 

A Igreja Católica da Baixada Fluminense vem provocando uma série de debates com temas considerados tabus como a diversidade sexual e agora sobre a política de drogas. Uma das  bandeiras para quem milita na causa é a legalização ou a descriminalização das mesmas. Qual a análise que a Diocese de Duque de Caxias faz em relação a essas discussões. Discutir a questão da legalização das drogas é uma forma da Igreja se aproximar das complexidades da sociedade?

A Diocese de Duque de Caxias não tem uma análise feita e posições oficiais quanto a estas questões. Certamente as opiniões são diversas e o debate destes temas tabu vem envolto em paixões que turvam a razão, ainda mais no atual momento. Do que não temos dúvida é que, se como cidadãos somos corresponsáveis na busca de saídas, como cristãos somos chamados a "descer" e "entrar" nesta realidade humana, e aí "tocar a carne sofredora de Cristo", para anunciar a boa notícia. Com certeza, muitas famílias esperam da Igreja esta proximidade.

 

Na sua opinião como os fiéis irão reagir a esse debate de sábado?

Ao promover o debate não estamos, em princípio, defendendo esta ou aquela tese. Mas justamente provocando o debate, trazendo especialistas de diferentes áreas. Certamente as reações serão diversas, o que é normal. O que esperamos é que tenhamos bastante gente no seminário e que todos saiamos com um pouco mais de clareza e ânimo para a ação cidadã e cristã no enfrentamento do problema das drogas e da violência.

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