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05 de outubro 

FGB participa de debate sobre a Revolução no Século XXI e

processos contra-neoliberais da atualidade   

 

A convite de Daniel Hirata, do departamento de Sociologia da UFF, o coordenador do Fórum Grita Baixada, Adriano de Araújo, participou do lançamento do livro “Comum: Ensaio sobre a Revolução no Século XXI”, que discute a emergência de processos revolucionários contemporâneos, nessa quinta-feira (05/10,) seguido de debate com os autores, a dupla de sociólogos franceses Pierre Dardot e Christian Laval que analisa os rumos políticos do mundo ocidental com o advento da Revolução Russa, que nesse mês completa 100 anos.  

 

Segundo Hirata, que há alguns meses participou da apresentação do relatório "Um Brasil Dentro do Brasil Pede Socorro", produto resultante de uma junta de pesquisadores da Baixada Fluminense membros do primeiro colegiado do Fórum Grita Baixada, o convite feito a coordenação do FGB é estratégico no sentido de trazer pessoas não-especialistas, embora diretamente implicados com políticas públicas sociais relevantes. Além do Fórum, representantes de movimentos ligados aos direitos dos negros, também participaram com o intuito de promover intervenções a partir das políticas de cotas para as universidades públicas.

 

Com o convite, a ida do Fórum Grita Baixada ao debate possibilitará, dentre outros objetivos futuros:

 

1) Formalizar a relação com grupos de pesquisa sobre violência na UFF

2) Abertura de relação com pesquisadores franceses que pode render articulações na França e outros países da Europa na luta por direitos, em especial na Baixada.

3) Expor os mecanismos de enfrentamento do Fórum Grita Baixada em relação às políticas de exclusão social.

 

A relação entre os sociólogos franceses e o Fórum Grita Baixada possui um histórico de estreitamento. Christine Laval, em recente artigo, intitulado “Comum´ e ´comunidade´: um ensaio de esclarecimento sociológico”, em que cita o o Relatório Brasil Dentro de um Brasil Pede Socorro  e analisa, dentre outras perspectivas, práticas de cooperação e processos de decisões coletivas como movimentos de emancipação política em meio às novas reconfigurações da democracia, afirma que “o princípio do comum que se desprende, hoje, dos movimentos, das lutas e dos experimentos remete a um sistema de práticas diretamente contrárias a essa racionalidade capitalista que reestrutura o conjunto das relações sociais”. Essa nova razão, ainda segundo o artigo, “emergente das práticas, afirma a prevalência do uso coletivo sobre a propriedade privada exclusiva; privilegia o autogoverno democrático, ao invés do comando hierárquico, e, sobretudo, torna indissociáveis a atividade e a decisão coletivas”.