ABERTURA 1.jpg

20 de fevereiro

FGB participa da abertura da Campanha da Fraternidade 2018

Com o tema “Superação da Violência”, evento, que aconteceu na Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro,

trouxe dezenas de paróquias do Estado do Rio. Arcebispo Dom Orani Tempesta pede por dignidade da vida das pessoas.

 

Fotos: Fabio Leon e Daniel Nonato

 

 

O Fórum Grita Baixada e o Centro de Direitos Humanos da Diocese de Nova Iguaçu se juntaram às dezenas de paróquias ao redor do Estado do Rio, no último sábado (17/02), para assistirem a abertura oficial da Campanha da Fraternidade 2018 que esse ano tem como tema a “Superação da Violência”. A Baixada Fluminense, em especial as dioceses de Nova Iguaçu e Duque de Caxias, esteve bem representada. As cidades que as compõem compareceram em peso a cerimônia, que se caracterizou por uma missa, seguida de apresentação cultural e debate com os deputados federais Alessandro Molon, coordenador da Frente Parlamentar de Combate à Violência e Redução de Homicídios e Hugo Leal, presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro. 

 

Conversamos com alguns integrantes das paróquias para ter conhecimento sobre suas expectativas e como cada território se conscientiza sobre a necessidade de se não se calar frente a episódios de violência.  

 

As estudantes Lilian Ramos e Thatyane Rafaelli, da paróquia São Francisco de Assis, de Queimados, ressaltaram a importância que os jovens precisam ter ao protagonizar a conscientização de que cada cidade precisa fazer o seu melhor na contenção da violência. “Na nossa paróquia, que conta com 30 jovens, sempre falamos o quanto a violência nos afeta. Alguns são muito tímidos ao falar, mas vemos que até nisso precisamos forçar uma insistência pra que essas conversas sempre estejam presentes no nosso cotidiano. A violência precisa parar” diz Thatyane.

 

Cacilda Malaquias e Maria Helena da Silva, da paróquia São Sebastião, de Belford Roxo, dizem que a informação é uma importante ferramenta para não deixar a luta contra a violência ser uma desistência. “Como somos de uma comunidade carente, sempre entramos em contato com os nossos irmãos, de forma que nenhum deles fique desassistido. A violência está nos esmagando e enquanto os políticos deixarem isso acontecer não poderemos falar de paz”, disse Maria Helena.   

 

Reinaldo Miranda, membro da pastoral da Juventude do bairro Cavalcante, zona norte do Rio de Janeiro, disse que a violência, assim como outros elementos discursivos, é uma forma de comunicação. “Ela se comunica principalmente com a mídia. O que nós devemos fazer é não nos deixar contaminar com essa tônica da violência. Precisamos, enquanto cristãos, construir a civilização do amor, através da reconciliação, do perdão”, explica Nivaldo.

  

O secretário-executivo da Campanha da Fraternidade, padre Luís Fernando da Silva, explicou, em artigo publicado no site da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), como os católicos deveriam vivenciar a experiência da CF. Ele destaca três princípios básicos: “1) Conversão pessoal: para mudar os que estão à minha volta, primeiro eu devo me mudar, ou seja, se vivo em um ambiente de violência doméstica (agressividade, impaciência etc.) devo combatê-la com amabilidade e paciência por amor e por misericórdia. 2) A comunidade precisa promover a cultura da empatia, onde os paroquianos em suas diversas funções pastorais não se tenham como adversários, mas como irmãos que juntos lutam pelo bem daquela paróquia. 3) Visitar as famílias que estão afastadas da Igreja a fim de acolhê-las na comunidade, ajudando-as a superarem seus problemas.”, escreve o sacerdote no artigo.

 

Durante a missa, o arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, disse que o texto-base da Campanha da Fraternidade é o reflexo do tipo de sociedade que vivemos hoje em dia. O religioso afirmou que “a superação da violência nasce da relação com outro e que é preciso recuperar a dignidade dessa relação”. “É preciso que desarmemos todas as formas de violência, as que estão em nosso exterior e as que estão dentro de nós. Temos que desarmar, por exemplo, as mãos que digitam e ofendem e as línguas intolerantes.”, declarou Dom Orani.

 

Fraternidade em termos de violência

 

Contrariando os dizeres do texto-base, bem como a própria Campanha da Fraternidade em si, o presidente Michel Temer assinou, um dia antes de seu lançamento, um decreto de intervenção federal militarizada. O dispositivo estabelece que a medida vai durar até 31 de dezembro deste ano. Nesse período, o general do Exército Walter Souza Braga Neto, do Comando Militar do Leste, será o interventor no estado e terá o comando da Secretaria de Segurança, Polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros e do sistema carcerário no estado do Rio. É a primeira desde a promulgação da Constituição de 1988. Até então, o regime de GLO (Garantia de Lei e Ordem) tinha sido o dispositivo usado em crises de segurança de estados como Espírito Santo e Rio Grande do Norte. 

 

Para mais informações sobre a Campanha da Fraternidade, leia reportagem especial do Fórum Grita Baixada em parceria com a ONG Rio On Watch   

 

ABERTURA 3.jpg

As estudantes Lilian Ramos e Thatyane Rafaelli, da paróquia São Francisco de Assis, de Queimados

ABERTURA 5.jpg

Reinaldo Miranda, membro da Pastoral da Juventude de Cavalcante, zona norte do Rio. 

ABERTURA 7.jpg

Pastorais da Juventude se reuniram com membros da Diocese de Duque de Caxias

ABERTURA 6.jpg

Membros da Diocese de Nova Iguaçu 

ABERTURA DA CF  2018 - Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro (180).JPG

Bispo de Nova Iguaçu, Dom Luciano Bergamim