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14 de setembro de 2018

Selecionada a nova equipe para projeto do FGB

Grupo irá desempenhar atividades no projeto Direito a Memória e a Justiça Racial

 

 

Fórum Grita Baixada realizou entre os dias 21 de agosto e 10 de setembro processo seletivo para composição de equipe de trabalho para o projeto Direito a Memória e a Justiça Racial. Contando com apoio da Ford Foundation, o projeto tem como objetivo enfrentar o racismo institucional no campo da segurança pública a partir do fortalecimento da Rede de Mães e Familiares Vítimas da Violência do Estado na Baixada Fluminense e da construção de uma Rede de Jovens Comunicadores Negros e/ou Pobres na Baixada.

 

As vagas selecionadas foram para um advogado(a) criminalista, um assessor(a) de comunicação e um Sistematizador(a) de dados sobre Letalidade Violenta. Essa seleção contou com as seguintes etapas: análise de currículo, entrevista e a feitura de uma redação com o tema “Direito à Memória e a Justiça Racial”. Para a vaga de advogado(a), o texto deveria versar sobre os autos de resistência.

 

Foram recebidos mais de 50 currículos para as três vagas. O perfil dos(as) candidatas(os) foi, em sua maioria, de mulheres, negras e jovens moradores(as) da Baixada Fluminense com nível superior. Vale ressaltar que para vaga de assessor(a) de comunicação não era critério ter formação superior, mas ter experiência e ou vivência em comunicação comunitária.

 

O coordenador do Projeto Direito a Memória e a Justiça Racial, o historiador Fransérgio Goulart faz uma análise sobre o processo seletivo.

 

“O que me chamou a atenção no processo de seleção para formação da equipe do projeto foi a certeza de que, em primeiro lugar, que quem fossem os(as) selecionados(as) pudessem oportunizar uma relação entre militância, vivência e técnica. No momento da entrevista, foram considerados fatores tais como a relação da militância, vivência e técnica, mas nunca uma em detrimento de outra ou de hierarquização sobre a outra. Pra mim foram pontos de destaque, o empoderamento das mulheres negras e o debate e proposição de pensarmos a partir de uma diversidade de epistemologias e novas formas de saberes e conhecimentos gerados a partir da base. O auto cuidado entre elas, nas conversas (entrevistas), também me chamou muita atenção. Várias relataram que não importaria quem fosse a selecionada, pois nas conversas entre elas, avaliaram que o pensar a partir de uma vivência e epistemologia negra estava garantida para o projeto”, comenta Goulart.

 

Ele também deixa uma mensagem para os que não foram selecionados

 

“Por fim queríamos, enquanto Fórum Grita Baixada, fazer um convite para os (as) não selecionados(as)de que possamos continuar dialogando e articulando, pois um projeto tem início, meio e fim, mas a luta é algo muito maior. O FGB promove e incide para além desse projeto e que vocês estão no nosso horizonte para as possibilidades que temos e outras que venham a surgir. Obrigado em nome da equipe do Fórum Grita Baixada pelo processo de seleção que possibilitou a nós aprendermos um pouco com cada uma e um de vocês”, conclui Goulart.

 

Os selecionados:

 

Assessora de Comunicação:

 

Fernanda da Silva Oliveira Nunes - moradora de Queimados, na Baixada Fluminense, milita pela causa racial e feminista. Estuda Jornalismo pela UniCarioca e já foi redatora do Portal Queimados, um portal de notícias online de seu município.

 

Advogado Criminalista:

 

Joel Luiz do Nascimento da Costa - advogado criminal morador da favela do Jacarezinho onde fica localizado seu escritório. Participante do movimento de favelas milita na área dos Direitos Humanos e na luta antirracismo. Pós graduando em “Processo penal e garantias constitucionais” pela ABDCONST, com curso de extensão em criminologia crítica pela Cândido Mendes, atualmente é colaborador da Agência de Notícias das Favelas, onde possui uma coluna às quintas. Sendo ainda membro da REFORMA – Rede Jurídica pela Reforma da Política de Drogas.

 

Sistematizadora de Dados:

 

Giselle Florentino - formada em Economia na UFRRJ/IM e Mestranda na Pós-Graduação em Serviço Social e Desenvolvimento Regional na Universidade Federal Fluminense. Mulher negra, latino-americana e moradora da Baixada que acredita em outro projeto de sociabilidade para além dos marcos do capital e da expropriação violenta da força de trabalho e da vida.