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27 de fevereiro

Alerj instala duas comissões para investigar morte de jovens negros e pobres,

além de desaparecidos no Estado

 

foto: Agência O Globo

Texto - Assessoria de Comunicação da ALERJ 

 

A partir desta terça-feira (27/02), as mortes de jovens fluminenses negros e pobres passarão a ser investigadas pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). A Comissão Especial de Inquérito responsável pelo trabalho foi instalada no Palácio Tiradentes. No encontro, foram eleitos o presidente, o vice-presidente e o relator da CPI.

 

Jovens negros morrem quatro vezes mais que os brancos no Brasil, segundo o relatório apresentado em 2016 pela CPI do Senado sobre o "Assassinato de Jovens". No Rio de Janeiro, dados do Instituto de Segurança de Pública (ISP) mostram que dos 1.227 assassinatos ocorridos até março de 2017, metade tinham até 29 anos.

 

 “Precisamos investigar e debater com a sociedade os motivos dos óbitos e sugerir caminhos para evitar que nossos jovens percam a vida tão precocemente. Esse é nosso objetivo com esta CPI”, declarou o deputado Zaqueu Teixeira (PDT), que propôs a criação da Comissão.

 

Tia Jú será uma das relatoras 

 

A Deputada Estadual pelo PRB-RJ, Tia Ju, foi eleita relatora da CPI para investigar a morte de jovens negros e pobres no estado do Rio de Janeiro que foi instalada na Alerj.

 

A CPI era um pedido da deputada desde 2015 quando foi protocolada e pretende fazer um raio-x das condições que levam ao atual genocídio desta categoria de jovens em nosso estado.

 

A cada 23 minutos, um jovem negro é assassinado no Brasil, segundo um relatório lançado pelo Senado Federal em 2016. No Rio de Janeiro, faltam estatísticas concretas sobre as mortes dessa parcela da população. Garantir o levantamento de dados mais precisos sobre o tema para diminuir os índices de violência contra a juventude negra e pobre fluminense é um dos objetivos da investigação.

Para Tia Ju a CPI se faz necessária, principalmente neste momento em que o Rio de Janeiro passa por uma intervenção federal na segurança pública.

 

- Somos totalmente favoráveis ao combate à criminalidade que advém do tráfico de drogas e de armas, mas precisamos ter uma preocupação com os moradores das favelas do Rio. É uma realidade, que não vem de hoje, os abusos que são em abordagens e procedimentos que afetam, diretamente, os jovens negros e pobres de nosso estado – disse ela.

 

Tia Ju disse também que defende que o estado não tenha nenhuma “tolerância em relação ao crime”.

- Mas não podemos aceitar a criminalização da pobreza e dos jovens negros – ressaltou.

 

Entres as primeiras medidas da CPI estão convocar oitivas com gestores das áreas de segurança do estado, a busca de dados dos relatórios de investigações feitas pela Câmara Federal e pelo Senado, além interlocução com outras entidades da sociedade que tem conhecida experiência com o tema da CPI.

 

A CPI pretende, como resultado final que surgirá do relatório que será elaborado pela Deputada Tia Ju, fazer um diagnóstico do atual quadro de mortes no estado para que se possa apontar medidas preventivas para valorizar a vida da juventude negra e pobre que é atingida diariamente pela política do confronto.

 

- Ainda é muito difícil ser negro no estado do Rio de Janeiro e no Brasil – finalizou a deputada.

 

Comissão Especial para apurar causas de desaparecimento de pessoas
 
De acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP), cerca de 30 mil pessoas desapareceram na cidade do Rio entre 2002 e 2017. O alto número chamou a atenção da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) que vai instalar nesta terça-feira (27/02) uma Comissão Especial para apurar as causas, propor soluções sobre o tema e monitorar dados relativos ao crime no estado. A instalação será às 14h, na sala 311 do Palácio Tiradentes.
 
"Esta comissão tem a finalidade de apurar o resultado das investigações sobre as crianças desaparecidas. Não temos o resultado prático de quantas crianças foram localizadas já e o que ocorreu com elas. Elas são de onde? De que parte do estado? Queremos discutir este questionário para que possamos dar transparência ao que está acontecendo", disse o deputado que será presidente da comissão, Dionísio Lins (PP).