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Imagem do debate a ser promovido em Queimados pelo Fórum Grita Baixada 

08 de agosto de 2018

Espaços para ouvir (e depois) cobrar

Fórum Grita Baixada e Diocese de Nova Iguaçu organizam, respectivamente, eventos em que acolherão propostas de governo de candidatos e candidatas aos cargos de deputado(a) federal e estadual.

 

Fórum Grita Baixada e a Diocese de Nova Iguaçu organizarão, na última semana de agosto, dois eventos que servirão de palco para que candidatos ao poder Legislativo dialoguem com os eleitores sobre a proposição de ideias a serem efetivadas em seus mandatos. Ambas as ocasiões serão oportunidades para a escuta das propostas, esclarecimento de dúvidas sobre as mesmas e, se for o caso, cobrar para que os chamados “representantes do povo” não se deixem desvirtuar do que prometeram em campanha. 

 

O primeiro debate acontecerá em 21 de agosto. Promovido pela Diocese de Nova Iguaçu, abrigará os candidatos com certa tradição em pleitos eleitorais e os novos nomes, incluindo os da Baixada Fluminense. A descrição do evento, na mídia social Facebook, evidencia bem a temperatura reinante no colegiado de sacerdotes católicos e no próprio eleitorado da Baixada em relação ao rigor das escolhas dos futuros parlamentares.  

 

“Neste últimos 4 anos houve grandes mudanças na vida de nosso país. O voto popular não foi respeitado, bens nacionais foram usados como mercadoria em benefício de poucos e à serviço das multinacionais, direitos dos trabalhadores foram retirados. A Diocese de Nova Iguaçu (...) acompanhou e avalia a situação dos partidos e dos políticos. A partir desta análise, queremos ajudar o povo a participar mais ativamente das eleições e da atuação dos que serão eleitos”, diz a descrição do evento.

 

No dia 25 de agosto, o debate com os candidatos será em Queimados. Através de uma parceria com o Portal Queimados, o Fórum Grita Baixada pretende realizar uma conversa amistosa com os mais diversos partidos. Serão confirmados os 10 primeiros candidatos a manifestar interesse, preservando a proporcionalidade entre partidos de direita, esquerda e centro e diferentes orientações ideológicas.

 

Agendas "impopulares" marcam as eleições desse ano

 

Nas Eleições Gerais de 2018, estarão em disputa os cargos de presidente e vice-presidente da República, governador e vice-governador de Estado e do Distrito Federal, além dos cargos de senador, deputado federal, estadual e distrital. A votação será realizada simultaneamente em todo o país no dia 7 de outubro, em primeiro turno, e no dia 28 de outubro, nos casos de segundo turno.

 

Teremos candidatos conservadores, liberais e progressistas. Esses três pilares são capazes tanto de inflamar as pontas — como os de extrema-esquerda e extrema-direita — quanto de valorizar alguém que transita em todos os espaços. Um verdadeiro “representante de todos”, que fica no miolo das convicções.

 

Segundo o cientista político Guilherme Simões Reis, procurado por Fórum Grita Baixada, o Congresso Nacional, na legislatura passada, atingiu um nível recorde de conservadorismo e, não por acaso, foi responsável por dar um golpe de Estado em 2016, dando fim “a uma democracia arduamente construída, e por avançar em uma agenda profundamente antipopular e contrária a marcos civilizatórios básicos e à soberania nacional”. Ele destaca como exemplos, a aprovação do teto de gastos públicos por 20 anos, a reforma trabalhista, a privatização de estatais, a liberação de agrotóxicos antes proibidos, entre outros danos ao país.

 

“Apesar da evidente piora, o avanço autoritário foi blindado na mídia e tratado como algo natural, de modo que não há por que imaginar que esses grupos venham a ser punidos nas urnas em outubro. Mudanças ocorridas na legislação eleitoral tampouco favorecem uma mudança, visto que encurtaram muito o tempo de campanha e a exposição das candidaturas na mídia, além de terem aumentado a força dos candidatos com maior capacidade de arrecadação, ao introduzirem a esdrúxula cláusula de desempenho individual”, analisa Reis.

 

Ele também aponta também dois curiosos fenômenos. O primeiro, seria a criação de novos partidos e a mudança de nome de vários dos preexistentes, todos tirando a palavra “partido”, de modo a passar uma imagem de “apolítico”. Dessa forma, segundo o cientista político, contribuem para um discurso de criminalizalização da política em vez de debate de ideias, de modo que se possa esperar uma continuação da proliferação de supostos “não políticos”, “gestores” e afins.

 

O segundo fenômeno seria o aumento da presença de candidatos ligados ao Judiciário ou às forças policiais e militares.

 

“Nesse caso, converge com a retração democrática que vivemos desde o golpe. O maior vínculo de candidatos a bancadas suprapartidárias, formais ou informais, me parece ter sido uma mudança nas últimas legislaturas, e aí se destacam duas que têm se alinhado às transformações mais reacionárias: a evangélica e a ruralista.”, explica Reis.  

 

SERVIÇO

Encontro com candidatos ao Poder Legislativo (DIOCESE DE NOVA IGUAÇU)

Dia 21 de agosto, terça-feira.

De 9h às 12h.

Local: Auditório do CENFOR (Centro de Formação de Líderes)

Rua Dom Adriano Hipólito, 8 - Moquetá - Nova Iguaçu.

OBS: os candidatos deverão confirmar sua presença através do email: cdh.ni@ig.com.br

 

Debate com Candidatxs a Deputadx: A Baixada em Pauta (FÓRUM GRITA BAIXADA)

Dia 25 de agosto, sábado

De 10h às 13h

Local: Rua Macaé, 430, São Roque, Queimados (Quadra do São Roque/Quadra do CEU)